domingo, 27 de junho de 2010

Gostava de entender


Gostava de entender,
Saber o que não sei,
E não continuar a ver,
A vida que deixei.

Afinal tudo passa,
Ao menos é o que dizem,
Mas comigo é escassa,
Não me moralizem.

Posso me arrepender,
De escrever o que escrevi,
Não o posso prever,
Apenas fiz, porque senti.

Sou observador,
Gosto de estar atento,
Mas um conservador,
No que toca a sentimento.

Gosto de ajudar,
Nunca neguei a ninguém,
Onde me vou apoiar?
Será que tenho alguém?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

...Olhar em volta...


Os gritos mudos estão se a manifestar,
Subo degrau a degrau, amparo-me com a mão,
Eles, não têm meio de acabar,
Sinto-me a ficar sem chão.

O sangue continuar a correr,
Ainda me sinto quente,
Mas há algo que teima a esmorecer,
Por muito que contrarie ou tente.

Sinto-me isolado,
Apenas mais um na multidão,
Vivo, pois estou acordado,
Mas por vezes os olhos só vêem a escuridão.

Não desejei esta sentença,
Nada fiz para a merecer,
Não sei quando virá a bonança,
Estou farto desta forma de viver.

Cabeça cabisbaixa,
Andar incerto,
Tento compreender mas não encaixa,
Queria mudar, sentir esse momento perto.

Sem motivação,
Sem vontade,
Sem uma única solução,
Sem nada, é a verdade.

domingo, 20 de junho de 2010

Vida?


Vida? Muitos escrevem,
Vida? Conquistada por quem tenta,
Vida? Só para os que se atrevem,
Vida? Que não me contenta.

Vida? Todos querem,
Vida? Todos lutam,
Vida? Não acelerem,
Vida? Que muitos encurtam.

Vida? Solitária,
Vida? Por vezes injusta,
Vida? Contraria,
Vida? Que custa.

Vida? Para aproveitar,
Vida? Para ao máximo ser vivida,
Vida? Que não quero deixar,
Vida? Que não pode ser contestada, mas sim ouvida.

Vida? Quatro letras se forma,
Vida? Muito significado,
Vida? Que nos contorna,
Vida? Que temos que fazer algo para ser lembrado.

Vida? Quero viver,
Vida? Quero marcar,
Vida? Deixa-me ser,
Vida? Deixa-me ir a algum lugar.


Vida? Quem souber descreve-la que se dê a conhecer...

sábado, 19 de junho de 2010

...Branca, folha branca...


Tenho a minha vida,
Numa página branca,
Pronta para ser escrita e lida,
Tenho sonhos, e uma escrita que não estanca.

Não quero linhas demasiadas,
Quero apenas os melhores momentos,
Quero escolhas cuidadas,
Para sobressaírem os sentimentos.

Por vezes tem que se apagar,
Para voltar a escrever,
Por vezes a caneta pode enganar,
Pois muitas vezes escreve sem se aperceber.

Por vezes ao ler,
As lágrimas deslizam,
Borratão sem querer,
E as letras desaparecem e não avisam.

Por muito que elas se apaguem,
Ficam rastos de tinta,
Mesmo elas sabem,
Pois não há quem não sinta.

Erros, sempre ficarão,
Da vida fazem parte,
Mas quem não cometeu? Não encontrarão,
Ninguém vive ao sabor da sorte.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Tempo adverso.


Sei que quando a tempestade cessar,
Eu já estarei seco,
E vou pensar,
Que apenas uma nuvem passou por perto.

Sei que o sol voltará a brilhar,
E eu lhe darei o devido valor,
Sei que vou olhar,
E sentir na minha pele o seu calor.

Sei que as gotas me vão limpar,
Todos os desgostos e desilusões,
Sei que os raios vão queimar,
Todos os pensamentos e contradições.

Sei que sempre haverá nuvens,
Elas enfeitarão o céu,
Sei que a vida me perguntará, não vens?
E me dirá, anda agarrar tudo que é teu.

Esse dia vai chegar,
Tenho essa convicção,
Ate lá, vou caminhar e segurar,
As minhas forças e a ambição.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Indo


Por vezes sinto-me no deserto,
Onde não vejo o horizonte,
Parece que o que queremos que dê certo,
Custa tanto, por mais que tente.

Por vezes fazemos equilíbrio,
Numa corda que quase rompe,
Eu sinto-me tonto, mas sóbrio,
Não preciso que ninguém me empurre nem aponte.

Tenho medo da queda a pique,
Mas não tenho medo das feridas,
Dores físicas supero bem o despique,
Mas no interior, não, são sentidas.

Na vida as feridas fecham,
O sangue pára de escorrer,
Mas as do coração o que acham?
Eu sei que não querem responder.

Caminhar para o estreitamento,
Para onde não há fim,
Sem o meu consentimento,
Já não sei o que é melhor para mim.

domingo, 13 de junho de 2010

Fantasiando a realidade


Hoje tudo a minha volta,
Tinha mudado,
E eu sei ter dado conta,
Parecia nada dar errado.

Os problemas desapareceram,
As preocupações tiveram fim,
As dores curaram,
Tudo num momento rápido assim.

Tudo começa a fazer sentido,
Tudo é azul,
O que pensava que tinha perdido,
Começa a ter as coordenadas, norte e sul.

É a felicidade total,
Todos a minha volta estão bons,
Nada acontece de mal,
A minha vida começa a ganhar tons.

De súbito acordei,
A realidade não era essa,
Por momentos sonhei,
Talvez por ansiedade ou pressa.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O que quer de mim?


O que faço nesta vida?
Muitas vezes me pergunto,
Por vezes não encontro a saída,
E nunca fujo ao assunto.

Acredito no destino,
Acredito em coincidências,
Por vezes perco o tino,
Mas nunca desprezo as evidências.

Vida, difícil de classificar,
Por vezes difícil de viver,
Mas temos que acreditar,
Pois ainda é cedo para morr…esmorecer.

Queríamos que tudo corresse bem,
Queríamos tudo perfeito,
Muitos acreditam e dizem ámen,
Eu só quando acontece, aceito.

O que será que a vida quer?
Farta-me de dar sinais,
Eu tento compreender,
Mas fico sempre sem saber o que queria mais.

Farta-se de me dar lições,
Estou constantemente a aprender,
Todos os dias, meses, estações,
Mostra-me o que tenho que ser.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quero sair de cena


Sinto a minha vida um filme,
Retirado do cinema,
Mas continuo firme,
Para tentar encaixar na cena.

Contado ninguém acredita,
Ninguém pode sentir,
Isto parece uma visita,
Mas quando vai sair?

Todos os dias sinto-me a perder,
Todos os dias são iguais,
Por vezes não consigo suster,
Não sei fingir mais.

Queria acordar,
Sentir que foi um pesadelo,
Este sentimento não quero dar,
Não o desejo a ninguém, nem o apelo.

Fácil viver de fora,
Fácil dar conselhos,
Difícil é para quem chora,
Aos problemas que não são alheios.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Como a noite


Sou como a noite,
Tenho o meu mistério,
Procuro no escuro,
O que quero.

Fascina-me a incerteza,
Fascina-me o segredo,
A escuridão tem a sua beleza,
Apaga, nem que seja um simples medo.

A noite todos somos diferentes,
Escondemos a parte racional,
A ela não lhe mentes,
Ela tem poder e uma força fundamental.

Os sinais trazem as estrelas,
O céu traz o futuro,
Por muito que desejes podes não vê-las,
Mas não há sentimento mais puro.

A única luz é a lua,
Que pela noite te guia,
Ela é de todos não é só tua,
Ela é uma excelente companhia.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Salvação


No silêncio, escrevo,
Desabafo o que sinto e não digo,
Mas grande parte, levo,
Fica, sempre comigo.

Procuro a salvação,
Em pequenos pormenores,
Mesmo não estando ao alcance da visão,
Há sentimentos que se tornam superiores.

Não sei esconder,
Não sei mentir,
Por vezes o que sinto não sei compreender,
Mas é as consequências de existir.

O “chão” por vezes desliza,
O “tecto” por vezes cai,
Mas no fundo tudo moraliza,
Quando de cabeça erguida se sai.

O significado da salvação,
É ter tudo e não ter nada,
É ter a ambição,
E não sentir a alma acorrentada.

domingo, 6 de junho de 2010

Inimiga “ansiedade”


Não sei para onde me virar,
Não sei o que fazer,
Não sei como voltar a acreditar,
Já nem sei o que dizer.

Actos impensados,
Precipitações que não são medidas,
Por favor lancem os dados,
Pois estou farto de ter as oportunidades perdidas.

Estou a perder a vontade,
A vontade que todos tem no seu caminho contida,
Mas o que digo é verdade,
Já não dou valor a vida.

Apenas precisava daquela companhia,
Não queria mais ninguém,
Ela sabe quem é, nunca escondi o que queria,
O que me transmite é o que me faz bem.

Sei que acabou,
Acabou sem ter começado,
Fiz coisas que transparecem o que não sou,
Sei que não posso fazer nada, resta-me estar calado.

sábado, 5 de junho de 2010

Muralhas da vida


Sinto as muralhas a crescer,
Sinto os degraus a cair,
Sinto as nuvens a aparecer,
Não encontro a porta para sair.

Vejo as setas em minha direcção,
Mas não consigo me desviar,
Sei que me acertarão,
Ate que um dia não irei acordar.

Vivo na “guerra” da vida,
Vivo pela sobrevivência,
Pensava que a tinha sabida,
Mas apenas ganho experiencia.

Tento contornar os obstáculos que aparecem,
Mas por vezes faço pior,
Mas será sempre assim, acontecem,
Queria pintar a minha vida de outra cor.

Os medos são barreiras,
Os desejos são sonhos a concretizar,
Mas não encontro maneiras,
De esta dor amenizar.

No meu mundo


Na chuva as lágrimas correm ninguém as vê,
No escuro as lágrimas correm ninguém as sente,
À noite pode parecer mas muitas vezes não é,
Muitas vezes ando triste e tenho que me mostrar contente.

O frio no calor não me desalenta,
A brisa não me muda a direcção,
Apenas a noite me orienta,
Tenho por ela gratidão.

Sinto os meus sonhos a evaporar,
Sinto-me a desaparecer,
Sinto levantar e não acordar,
Continuo para o que tiver que ser.

Serei para a vida tão desinteressante?
Que não tenha vontade,
Sinto que não fui marcante,
Pois nem sente saudade.

Estou no meu refugio habitual,
Onde me liberto do mundo que não é meu,
Sinceramente não me sinto normal,
A minha alma já não esta cá, adormeceu.