segunda-feira, 20 de setembro de 2010

…Julgamento…



No silencio sou julgado,
Sinto que o processo é extenso,
Na mesa já esta tudo ocupado,
Com tudo que sou, sentimentos e o que penso.

Julga como tens vindo a fazer,
Julga, parece que tens os olhos vendados,
Julga de uma vez, pois sinto-me a perder,
Julga, pois apesar de não ter algemas estou completamente atado.

Não me olhas quando te falo,
Apenas vais escrevendo em linhas sem fim,
Como nunca me interrompes, não ajudas, não me calo,
Pode ser que por minha insistência, tu possas resolver por mim.

Não te peço o que anseio,
Pois tu sabes melhor que ninguém,
Mas já sei, contigo não há meio,
Continuas distante, não queres o meu bem.

Podes falar o que escreves,
Sabes que não minto em nenhuma circunstancia,
Apenas trás o quero, não leves,
Mas sei que não estas em concordância.

Essas folhas terão o mesmo encerramento?
Sim, o mesmo destino de todas as outras,
Gaveta, lixo, ou apenas no esquecimento,
E eu continuo sem respostas, com a cabeça as voltas.

É o julgamento que irei ter enquanto viver,
Sei que não terá desfecho, aceito,
Mas diz-me apenas o teu parecer,
Não te cales como tens feito.

11 comentários:

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